quinta-feira, 19 de março de 2009

O papel do design na crise

Imagem: Divulgação
Fonte: BlogAuto



Recentemente me ocorreu a idéia de escrever sobre a relação entre o design e a crise mundial que tem causado alguns estragos no mundo. Como já era esperado, o design deverá ter um papel muito importante para adequar alguns produtos à crise. Aliás, o design sempre teve um papel importante, mas agora a cooisa vai apertar mais ainda, pois os designers terão que mostrar os mesmos resultados só que com menos verba.

Eu achei que seria interessante falar sobre um exemplo específico, mas até então não tinha nada muito em destaque. Até que eu vi uma notícia falando que a Peugeot iria utilizar, num novo veículo que será vendido na Europa, as soluções que foram criadas aqui no Brasil para o 207, ou melhor, como muitos disseram, o "206 e meio". O que ocorreu foi que apenas a frente do 207 foi adaptada para o 206. O carro não mudou quase nada, sofreu apenas uma reestilização e mudou de nome. Gerou um resultado muito criticado por aqui. Enquanto isso, o 207 europeu, que já havia sido lançado antes, tinha sido todo remodelado e estava com novas peças.

O mercado automobilístico brasileiro é caracterizado por esse atraso, pois por aqui os modelos de carro sempre demoram mais pra chegar do que em qualquer outro lugar do mundo (menos que em Cuba, mas aí é covardia). É só olhar pra rua e ver que ainda existem carros como o Fiat Uno para entender o que estou falando.

Aí quando a Peugeot anunciou essa medida, eu pensei que para a montadora européia valeu a pena manter uma versão antiga do carro no mercado (o 206 já está desde 1998 no mercado mundial), pois nunca se sabe o que pode acontecer com a economia mundial. Além disso, o carro é, pelo que eu me lembro, um dos maiores sucessos da montadora francesa. Se a Volkswagen manteve o Fusca até 1996, porque a Peugeot não pode manter o 206 por mais um tempinho?

Lá na França, onde o carro vai ser produzido, ele terá o nome de 206+. Que ironia, não? Pois é, mesmo sendo criticado, o projeto de adaptação do 206 para o 207 pode salvar a Peugeot, pois ela não irá gastar com nenhuma ferramenta muito cara para produzir, e ainda vai ter um modelo e que ainda pode fazer muito sucesso.

PS.: Sobre o Uno, eu penso que poderia acontecer a mesma coisa, apesar de achar que ele já não tem mais espaço, pois já são mais de 20 anos no mercado brasileiro.



Música oficial desta postagem:
Anthrax - Medusa

Um comentário:

  1. Ei mocinho, gostei muito do post, essa abordagem sobre a crise é uma discussão muito válida e um grande desafio para os designers reduzir custos dos produtos e ainda sim garantir seu apreço pelos consumidores.
    Sobre o Fiat Uno, tenho que discordar, acho que o carrinho continua queridinho como nunca, é o típico produto bom, bonito (nem tanto) e barato que ainda tem mais alguns anos de estrada no mercado brasileiro.

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