segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Filho de Pablo Escobar cria roupas na tentativa de evitar que jovens sigam exemplo do traficante

O filho do narcotraficante Pablo Escobar, Sebastian Marroquín, decidiu criar uma coleção de camisetas que pretende usar o exemplo do pai para que os  jovens não queiram seguir uma vida de crimes. Nas camisetas, juntas com as estampas de documentos oficiais, que contém inclusive reproduções da assinatura de Escobar, estão escritas frases como "O que está fazendo? Pense bem" e "O que pensa em fazer com seu futuro?", que servem para começar uma reflexão na cabeça das pessoas que vêem a roupa. Segundo Marroquín, "é uma autocrítica à história do meu pai, além de ser um convite para que os jovens criem consciência sobre o perigo de entrar no mundo das drogas". Veja algumas peças:



Na primeira foto, Marroquín segura uma de suas criações.
Logo abaixo, outras estampas da coleção.
Fotos: EFE/Leo La Valle
Fonte: UOL


Pablo Emílio Escobar Gavíria ficou conhecido internacionalmente nos anos 70 e 80 como o senhor da droga colombiano, controlando um esquema que era responsável por 80% do tráfico mundial de cocaína. Tornou-se um dos homens mais ricos do mundo graças ao comércio da droga nos Estados Unidos e em outros países. No auge de seu império, a revista Forbes estimou Pablo Escobar como o sétimo homem mais rico do mundo. Sua organização era conhecida como Cartel de Medelín e tinha aviões, lanchas e veículos caros, assim como diversas propriedades e terras. Estima-se que o cartel chegou a faturar cerca de 30 bilhões de dólares por ano. Autoridades dos governos norte-americano e colombiano, profissionais da imprensa e pessoas que estavam presentes no contexto em que ele atuava o consideram como o mais brutal, impiedoso, ambicioso e poderoso traficante da história. Pablo Escobar morreu em 1993 após ser baleado em uma perseguição da polícia (com informações do Wikipedia).

As roupas fazem parte da coleção Poder Poder, que são vendidas pela marca criada por Marroquín no início desse ano, chamada Escobar Henao. As camisetas podem ser adquiridas em vários países através da internet, exceto na Colômbia, país onde Pablo Escobar manteve seu império criminoso. Para Marroquín, a coleção serve para mostrar "respeito às vítimas da violência". "Sou absolutamente ciente do dano irreparável que meu pai causou à sociedade com a violência e o tráfico de drogas", ainda acrescentou.

Porém nem todos vêem esta coleção como benéfica. Entre os opositores da idéia está Luis Fernando Quijano, presidente da ONG Corpades, que realiza trabalhos sociais em Medelín, justamente o local onde era o centro do império de Escobar. Para ele, a imagem do traficante não serve como motivação para os jovens, e ainda há o risco de que essa reprodução da sua figura pode torná-lo um falso herói, até porque na época do seu auge era considerado como uma espécie de "Robin Hood" por alguns dos que conviveram com ele. "É respeitável que Marroquín refaça sua vida e seja empresário. Mas o que me preocupa é o fato de Escobar virar o herói que não foi", disse.

Considero que que lado social nesse tipo de ação é muito importante, e ficou claro que a suposta intenção do criador da coleção é impedir que a história de Escobar se repita. Mas será que as pessoas que comprarão essas roupas terão essa consciência? Ou ainda, será que as pessoas que não sofreram as conseqüências dos crimes do traficante terão essa visão ou comprarão os produtos por causa de seu fascínio pelo poder dele? Difícil saber. Como disse Quijano, realmente existe esse risco das pessoas que adquirirem os produtos terem suas visões sobre o assunto distorcidas. Acho que existem outras formas melhores de usar o exemplo de Pablo Escobar, mostrando de uma forma mais objetiva os males que ele causou. O certo mesmo é que utilizar um tema tão polêmico para uma coleção de roupas fará com que elas ganhem muito mais atenção, e isso deverá significar mais lucros para seus investidores.



Fonte: UOL

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